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SAF Onda

Projeto de Larga Escala em AgroFlorestas - Projeto LEAF

Projetando arquitetura de sistemas para o melhor aproveitamento da radiação solar

Como tudo começou

Os plantios monoculturais são importantes para a economia mundial, em especial para o Brasil. O país possui um total de 9,55 milhões de hectares de florestas plantadas, sendo 7,47 milhões de hectares ocupados pela cultura do eucalipto (IBÁ, 2021). O sucesso desses plantios no Brasil, principalmente da cultura do eucalipto, se deve às ótimas condições edafoclimáticas favoráveis, às boas práticas de manejo aplicadas, ao melhoramento genético e a organização do setor florestal (IBÁ, 2020).

 

Essas extensas monoculturas, de outro modo, geraram e ainda geram uma série de preocupações ambientais e socioeconômicas negativas. Nesse sentido, aumentar a produtividade dos plantios monoculturais com eucalipto sem causar acréscimos dos impactos negativos é um dos desafios a serem superados pelos produtores e empresas do setor. Nesse sentido, adotar práticas de uso da terra que permitam a redução desses impactos negativos, como é o caso dos sistemas agroflorestais (SAFs), é essencial.

Para planejar e desenvolver um SAF, é preciso compreender melhor as relações ecológicas existentes em um ecossistema tropical e sua aplicação no sistema produtivo. Por serem sistemas muito complexos, é necessário realizar experimentos no desenvolvimento de estruturas vegetativas que maximizem o potencial de produtividade e aumentem o aproveitamento dos recursos disponíveis no ambiente, em especial a energia solar (um dos fatores preponderantes e o mais complexo no estabelecimento das relações das plantas com o ambiente).

 

Dado o lento crescimento das árvores, experimentos de longo prazo se fazem necessários de modo a observar seus ajustes ecológicos. Pouco se sabe sobre as modificações em plasticidade e de produção que o eucalipto apresenta quando plantado em SAF. Certamente, isso possibilitaria o desenvolvimento de desenhos produtivos mais adaptados a cada situação socioeconômica e ambiental. Também, ofereceria alternativas produtivas seguras aos proprietários rurais, fornecendo subsídios para a escolha das espécies que melhor se adaptam aos SAFs e assegurando simultaneamente aumentos na produtividade e manutenção dos serviços ambientais locais.

Nesse sentido, o projeto SAF Onda "nasceu" na premissa de que é possível planejar/projetar estruturas de dossel capazes de interceptar a radiação solar de modo mais eficiente, e consequentemente, aumentar a produtividade do sistema como um todo, bem como obter benefícios ecológicos, sociais e econômicos. 

“Por não possuírem regras específicas nem seguirem pacotes tecnológicos prontos, os SAFs podem promover uma visão mais holística aos produtores e englobar uma gama de oportunidades e possibilidades”.

Pressupostos

  • A arquitetura de dossel do SAF Onda:

    • Permite a maior exposição dos eucaliptos à radiação solar, influenciando no maior crescimento em volume, biomassa, área basal, volume de copa, altura de copa e etc. dessas árvores em comparação às monoculturas;

    • Influencia as modificações em plasticidade das copas dos eucaliptos;

    • Estrutura promissora para ser adotada em sistemas agroflorestais, por permitir alta transmissividade de radiação solar para o sub-bosque do sistema;

    • Possibilita o melhor aproveitamento dos recursos disponíveis no ambiente (radiação solar, água e nutrientes);

    • Mantém a cobertura do solo ao longo dos ciclos, tendo um menor distúrbio no local;

    • Pode gerar retornos econômicos ao longo de todo o ciclo e;

    • Aumenta a rugosidade do sistema.

O experimento

  • Localização: Estação Experimental de Ciências Florestais de Anhembi/SP, Brasil administrada pelo Departamento de Ciências Florestais da ESALQ/USP;

  • Início do projeto: ano de 2011;

  • Espécie arbórea: Eucalyptus (COP 1277 – híbrido comercial de E. grandis e E. camaldulensis – Grancam);

  • Espécies consorciadas ao longo do tempo: i. mandioca (Manihot esculenta L. Crantz.); ii. abóbora (Cucurbita moschata Duchesne ex Poir.); iii. capim (Brachiaria decumbens L.) e; iv. urucum (Bixa orellana L.);

  • Espaçamento espécie arbórea: 3 x 2 metros;

  • Tratamentos: Onda Curta, Onda Longa e Monocultivo;

  • Área: 10 hectares.

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